A moda como objeto de estudo

Lara Flor e Denise Vasconcelos representam o Amazonas no ENPModa em Belo Horizonte 

Que a moda envolve questões antropológicas, culturais e sociais em geral, está pacificado. Ainda pende, entretanto, a luta pelo seu tratamento menos ligado ao glamour (por vezes, infelizmente, até à futilidade) e mais como objeto de estudo, até como maneira de estimular a formação de novos profissionais.

A bandeira é primordialmente levantada por quem milita na área, a exemplo de Lara Flor Almeida e Denise Vasconcelos. Na última semana, as duas saíram de Manaus para participar do 3º Encontro Nacional de Pesquisa em Moda (ENPModa), realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De lá, trouxeram bagagens cheias de expectativas e vontade de fazer acontecer a moda na capital baré.

Durante o encontro, os participantes (vindos de todo o País) discutiram suas realidades, dificuldades, sucessos e sonhos. Coordenadora do curso de Design de Moda no Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas (Ciesa), Denise Vasconcelos foi selecionada para o ENPModa por meio do artigo “Reflexão sobre o Ensino de Moda”, o qual aborda o trabalho que desenvolvido pela universidade neste ramo.

“Falei das expectativas do curso, o que precisamos e queremos, que são profissionais gabaritados. Abordei também todos os percalços que enfrentamos, muitas vezes sem apoio e sem crédito: pode-se dizer ‘por amor à arte e ao ofício’”, explica. Apesar das atribulações diárias, Denise conta ter descoberto uma ótima forma de estimular os alunos, que é realizando eventos: nos próximos dias 29, 30 e 31 acontece o 1º Expociesa Fashion com palestras, oficinas, exposições e workshops; e no dia 1º de novembro o desfile de lançamento da coleção dos formandos, no Toscana, com o tema “Arte e Moda”.

Olhar e ser olhado

Lara Flor Almeida apresentou no ENPModa o artigo “O desejo de olhar e ser olhado através da moda”, ressaltando a questão da imagem pessoal como instrumento de autoafirmação. A consultora de imagem especializada em técnicas de aconselhamento reforçou a carência do estudo de moda no Brasil, em contrapartida com a sua crescente necessidade até entre as crianças.

“Hoje em dia a imagem veio para ficar e tem que saber lidar com ela. Discutimos até que ponto as aparências contam ou não”, relembra. Dentre os pontos mais interessantes, Lara aponta o intercâmbio com outros profissionais. “Iniciamos novos contatos para desenvolver a moda de forma profissional em Manaus. Esse é o nosso objetivo. Moda é um mercado bilionário e precisamos movimentá-lo”.

fonte: (acritica.uol.com.br)