terça-feira, 26 de novembro de 2013

Referências étnicas africanas na moda brasileira contemporânea

Observamos que denominações como étnico, tribal, primitivo, ocupam espaços privilegiados nas referências das histórias moderna e contemporânea da arte, do design de objetos e da moda ocidental.
Encontrados nos editoriais das principais revistas, nos releases (textos disponíveis para publicação na imprensa, por meio dos quais as marcas apresentam seu trabalho ao público consumidor), o termo étnico aparece em quase todas as temporadas da moda nacional e internacional; nas coleções assinadas por grifes e estilistas independentes e também pelas grandes lojas de departamentos. De estação para estação o étnico ressurge como tendência.
Mas qual é o conceito do “étnico” que está implícito no produto de moda, que referências são utilizadas na elaboração desse produto e como ele é consumido e divulgado hoje no mundo globalizado?
Sentimos por vezes que o conceito e as especificidades que envolvem o étnico são deixados de lado em nome de uma visão pasteurizada e desprovida de um envolvimento maior pela pesquisa.No Bureau de Tendências do Verão 2012/ 2013, editado pelo SENAC, o étnico é apresentado como um dos temas presentes na próxima estação. Em meio a várias outras informações, há textos e imagens que se propõem orientar estilistas e empresários do mercado de moda na busca de referências de pesquisa em relação ao tema étnico. As descrições, um tanto quanto abrangentes, superficiais e confusas sobre o termo e suas possíveis fontes de inspiração, serão transcritas a seguir, tal qual se lê na publicação:

TENDÊNCIA - “O impacto da forte globalização acaba por despertar um sentimento nostálgico de volta às raízes. As diferenças entre povos e culturas ao redor do mundo são, agora, celebradas de maneira a respeitar e valorizar o “local”, sem deixar de estar integrado ao global. A sociedade moderna presta suas homenagens ao tradicional enquanto segue em frente no caminho natural da evolução. Neste verão vimos nas passarelas o encontro entre o exotismo dos países africanos e a vivacidade dos povos latino-americanos. O resultado é uma mistura apimentada, sensual e super autêntica”.
INSPIRAÇÃO – “Savanas africanas, safáris, Tahiti, México, Guatemala, Espanha, Frida Khalo, pinturas de Henry Moore e Paul Gauguin, reserva Hopi, contadores de histórias, cordel, adornos utilizados para rituais de magia, casamentos e acampamentos ciganos, cerâmicas ancestrais.”
(Bureau de Tendências do Verão 2012/2013, SENAC)





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